Eu aceito

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Sempre ouço pessoas falando sobre o dia em que aceitaram Jesus, Tem gente que sabe o dia e a hora exatos no calendário e no relógio e essa vira uma data tão especial quanto a do próprio aniversário ou mais, Isso me fez procurar na memória qual era a minha data. E foi aí que percebi que não tenho uma. Acho que isso me deixou um pouco chateada no início. Não que o fato de eu não ter data não tenha explicação. Eu praticamente nasci na igreja. Mas, mesmo as pessoas que tinham crescido dentro do cristianismo e convivido sempre com o ambiente de uma igreja, muitas vezes, tinham o dia específico no qual entenderam de fato o que isso significava e se entregaram a Deus de coração e vontade própria. Mas, eu não tenho. E sei que muitas pessoas também não. E toda vez que alguém faz um apelo para quem quiser aceitar Jesus, fazer isso. Eu não sinto que me encaixo nesse grupo porque eu sei que já aceitei. E disse isso para Ele.

Pensar sobre isso me fez pensar ainda mais sobre isso (rs). E percebi que apesar de não lembrar de um dia específico, tenho na memória vários dias, situações e momentos. Sinto como se sempre tivesse pertencido a Deus. Graças a minha família, a minha criação, eu sempre soube da Sua existência e fui incentivada a conhecê-lo mais, me aproximar mais, obedecer e amá-lo como Ele sempre me amou. Isso não significa que nunca errei, desobedeci, me afastei e discordei. Engraçado escrever isso. Parece que poderia dizer a mesma coisa da minha relação com meus pais terrenos. É isso. Conheço Deus como meu Pai a mesma quantidade de tempo que conheço meus pais biológicos. E eu o aceitei, primeiro sem ter consciência, quando era um bebê e gostava de ouvir minha avó cantando hinos ao lado do meu berço. Depois um pouquinho consciente quando era pequenina e sentia dor e então pedia para a minha mãe orar para o Papai do Céu fazer passar, quando cantava na igreja, criança e lia as histórias da bíblia nos meus livros infantis. E depois, conscientemente, quando ganhei minha primeira bíblia e fiquei feliz, Quando assisti aos filmes sobre a crucificação no natal e tendo uma noção visual do sofrimento de Jesus, sai falando emocionada para a minha mãe sobre o quanto eu o amava por isso e nunca queria me afastar Dele. Mas, me afastei. E o aceitei de novo, muito mais consciente, quando voltei, E provavelmente essa aceitação foi a mais marcante. Mas, ela não aconteceu de uma vez só, num dia só. Ela aconteceu em vários dias, vários momentos, gradativamente, irresistivelmente, discretamente no começo, mais escancarada depois, E ela continua acontecendo. Aceitei Jesus e continuo aceitando. Todos os dias. 

Porque a gente não aceita um amor e se dá pra esse amor e estagna. Ainda mais o amor de Deus. Nós temos que conhecer mais, cultivar, cuidar, crescer, vigiar, ter contato, passar pela chuva, pelo sol, pela brisa e pela ventania. Nós temos que ter história e experiências. E eu não estou te livrando de tomar uma decisão (tudo bem que eu não sou ninguém para te livrar de nada). Mas, quero deixar claro que aceitar Jesus e se entregar a Ele precisar ser uma decisão, sim, e muito consciente. E ela pode acontecer de uma vez ou não. Mas, tem que acontecer. Ele sempre nos incentivou a sermos intencionais na vida.

Então, o que eu te proponho agora, é que você reflita um minuto se já aceitou Jesus e se entregou a Ele (e se entrega um pouco mais diariamente, porque não é fácil) conscientemente, de coração e vontade própria e disse isso para Ele. Se, sim, fico feliz. Senão, talvez esse seja um bom momento para fazer isso. E talvez - olha que ironia - você tenha um dia e uma hora exatos no calendário para comemorar isso com Ele. :)

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