Deus em uma cadeira

 Foto: Retirada do Pinterest (Cadeira - @tatifreitas - criadora de objetos.)


Existem dias em que eu tenho vontade de colocar Deus em uma cadeira. Queria poder preparar um chá e sentar para conversar como a gente faz com um amigo. Ou só olhar para Ele enquanto eu desabafo - como a minha psicóloga - até cansar e terminar com aquele suspiro que diz: "Pode me ajudar agora. Fala aí, que eu vou ouvir.". O lance é poder olhar pra Ele como a gente olha para as pessoas, de forma física. É poder ver a expressão dEle enquanto Ele fala, enquanto me ouve. Olhar nos olhos dEle enquanto pergunto "Por quê?".

Eu sei que nós podemos "ver" Deus de várias maneiras, mas não foram poucos - muito pelo contrário - foram inúmeros os dias em que eu queria poder falar com Ele como falamos com uma pessoa "normal". Vou mais longe e me exponho, queria poder discutir com Ele como se discute com uma pessoa "normal". Sim, eu fico brava com Deus às vezes. É uma irritação ridícula e irracional, perfeitamente humana. E passa logo graças a Deus  Ele (rs). Acontece quando eu não entendo o que está havendo na minha vida, quando eu quero que algo aconteça do meu jeito ou no meu tempo, enfim. Acontece. O que eu tenho na cabeça? Defeitos, dúvidas, perguntas... humanidade.

Eu não estou brava com Ele neste momento. Na verdade enquanto escrevo isso, imagino Ele com um sorriso bem fofo achando graça da minha condição "humana demais". Sério mesmo. Não comecei a escrever isso aqui porque tive uma crise ou algo assim. Na verdade ontem eu vi um filme em que um cara falava algo sobre imaginar Deus em uma cadeira e eu pensei "NOSSA, JÁ FIZ MUITO ISSO!". E isso ficou martelando na minha cabeça e acho foi assim que vim parar aqui.

A questão é que eu penso que é normal nós sentirmos isso tudo. Mas a gente não pode realmente colocar Deus em uma cadeira e arrancar respostas dEle. O que a gente pode é imaginar Ele em uma cadeira e ter a melhor conversa que pudermos ter. Falar sobre tudo e sobre nada. E tentar abrir nos nossos ouvidos (e corações) o máximo possível pra ouvir tudo o que Ele tem a dizer. E o mais difícil, porém, talvez mais importante - aceitar o que Ele não disser.


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