Obedecer é mais importante que entender

Imagem: We heart it

Eu sempre gostei muito de entender as coisas. Mais do que isso, sempre tive muita necessidade de entender tudo; as situações, as pessoas, eu mesma... Deus. É Nele que eu queria chegar. Existem coisas que são possíveis entender sobre Deus e outras não. E, na verdade, o que nos é revelado é muito pouco se comparado a Sua grandeza, e muito se comparado a nossa capacidade limitada. Mas, quando se trata de Deus existe uma regra: Obedecer é mais importante que entender. 

Aconteceram algumas coisas durante estes últimos dias que agitaram o meu coração e a minha mente. Situações que me fizeram perguntar para Deus "por que?" e "quando?" muitas vezes. E ontem essa frase veio a minha cabeça. E eu pude ouvir claramente um nome dentro de mim: Abraão. Se tem uma coisa que marcou a história desse homem foi a obediência.

Quando Deus pediu a Abraão seu único filho, ele tinha todos os motivos do mundo para não entendê-lo, questioná-lo, duvidar e até se revoltar. Mas, não foi isso que ele fez. Ele obedeceu. A bíblia não fala sobre Abraão ter parado para pensar, perguntado o porquê, se enraivecido e nada disso. Talvez alguma(s) dessas coisas até tenha(m) acontecido, mas nós não sabemos. E não sabemos porque Deus não achou importante o suficiente para ficar registrado. Sabe o que Deus realmente achou importante e nos deixou revelado?

Gênesis 22:1-3

"Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão! " Ele respondeu: "Eis-me aqui".

Então disse Deus: "Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei".

Na manhã seguinte, Abraão levantou-se e preparou o seu jumento. Levou consigo dois de seus servos e Isaque seu filho. Depois de cortar lenha para o holocausto, partiu em direção ao lugar que Deus lhe havia indicado."

Ele mesmo cortou a lenha para o holocausto!!!

Ele mesmo rachou a lenha que seria usada para queimar em sacrifício o que ele mais amava. E é nesse momento que uma grande verdade é revelada: Quem Abraão mais amava não era Isaque, era Deus. Por maior, mais forte e incondicional que fosse o amor de Abraão por Isaque, seu filho, filho da promessa, seu desejo mais profundo, o presente mais esperado - e eu tenho certeza que era - existia um outro amor que estava acima de tudo e todos: o seu amor por Deus.

Gênesis 22:7,8

"Isaque disse a seu pai Abraão: "Meu pai! " "Sim, meu filho", respondeu Abraão. Isaque perguntou: "As brasas e a lenha estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto? "

Respondeu Abraão: "Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho". E os dois continuaram a caminhar juntos."

Abraão confiou em Deus de tal maneira que não teve tempo de vacilar. A sua fé e a sua confiança em quem Deus era e no que Ele fazia era tanta, que não tinha espaço para mais nada. Principalmente para a desobediência. Não estou dizendo que foi fácil para ele, pelo contrário, esse é o pedido mais difícil que Deus poderia fazer. Algo tão difícil que eu nem tenho capacidade de entender e descrever. Mas, não importa o quanto o coração de Abraão estivesse quebrado, a sua confiança na sabedoria e amor de Deus era tão grande e tão forte que não obedecer não era nem uma opção.

Gênesis 22:9-13

"Quando chegaram ao lugar que Deus lhe havia indicado, Abraão construiu um altar e sobre ele arrumou a lenha. Amarrou seu filho Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha.

Então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificar seu filho.

Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: "Abraão! Abraão! " "Eis-me aqui", respondeu ele.
"Não toque no rapaz", disse o Anjo. "Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho. "

Abraão ergueu os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Foi lá, pegou-o e sacrificou-o como holocausto em lugar de seu filho."

Então, será que eu e você poderíamos fazer a mesma coisa? Sacrificar aquilo que nos é mais caro em nome da obediência a Deus? Mesmo sem entender. Se pudermos fazer isso, poderemos também, com muito mais facilidade e confiança, entregar a Ele todas as coisas menores que nos controlam e nos perturbam; ansiedades, medos, inseguranças... tudo. Mas, para chegar a esse nível de entrega, podemos começar mesmo com essas pequenas coisas. Entreguemos a Ele os nossos menores sonhos e pesadelos, gemidos e suspiros, medos e desejos. Sabendo que ninguém nos ama mais que o nosso Pai e que só Ele nos conhece plenamente e sabe o que é melhor para nós. Nos momentos mais difíceis, em que nada parece fazer sentido, em que a nossa mínima sabedoria humana ousa se julgar superior à divina, em que as nossas emoções e o nosso corpo se rebelam, que o nosso espírito seja capaz de confiar, descansar e se regozijar em Deus. Pois a única coisa que Deus quer de nós, somos nós mesmos.  Porque afinal de contas, nós sabemos que, quando Deus pede Isaque a Abraão, não é Isaque que Ele quer, é Abraão.