Gelo



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Neste momento estou sentada na minha cama com o meu computador no colo. Está chovendo lá fora. Posso ouvir o barulho. Ou talvez seja só a água caindo da calha ainda, não sei dizer. Ouvir a água lá fora me faz lembrar da água que existe dentro de mim. Não apenas fisicamente falando, é claro. Emocionalmente.

A água: as lágrimas, o suor... o gelo. Pode haver gelo dentro de mim. Eu sinto isso e nem o sangue quente em minhas veias é capaz de derretê-lo. O gelo está no meu coração, impedindo que ele pulse direito, impedindo que ele seja liberto. O gelo é o medo.

Eu tenho um coração congelado. E a cada inverno que passo ele fica mais duro e gelado. A cada inverno que enfrento, os poucos pedaços que tinham conseguido derreter são resfriados novamente. E como uma espécie de Midas pareço conseguir congelar o que eu toco também. Tudo a minha volta é como gelo; Duro e frágil e embora belo, perigoso.

Eu sou um iceberg querendo desesperadamente derreter. Já quis desaparecer. Agora eu só quero me juntar ao resto do oceano. Olho para baixo e vejo as ondas batendo em mim. Vejo os peixes nadando e a vida acontecendo. E eu só queria fazer parte disso.

Sou como uma criança vendo outras crianças ganharem presentes ou comerem chocolate enquanto eu só posso olhar. Uma criança insegura e, às vezes, egoísta. Sou uma criança perdida, mas não abandonada. Não sou só uma criança, sou a SUA criança. Eu preciso de calor, o calor da SUA presença. Sou como um doente que precisa de sol. Por favor, me guie para onde está.

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