Não é difícil saber que roo as unhas, tenho medo de barata, adoro ler e curto uma boa comédia romântica. Não é difícil ver as coisas que eu te mostro. Difícil é enxergar aquilo que não fica estampado na gente, nem no olhar, nem no sorriso. O que a gente não faz algazarra, não faz alarde, não posta no facebook, não conta numa conversa casual. Difícil é saber o que realmente me tira as lágrimas, e o sossego. O que me faz querer gritar ou afundar num silêncio tão profundo até sentir que poderia sumir. Estas coisas não é pra qualquer um que a gente expõe, não é pra todo mundo que a gente entrega.

O que me faz perder as estribeiras, e o juízo. Aquilo que eu sou numa briga, numa perda. A partes de mim que você não vê todo dia. O que eu faço quando caio, naqueles momentos que todo mundo parece esquecer, mas existem, os momentos antes de se levantar. O que você faz? Maldiz os outros? A vida? Você xinga, fala palavrão? Ou faz uma prece? Talvez tudo junto. Como são seus momentos de dor? Você lida com eles tão bem quanto pregam as frases motivadoras que repete? Eu não.

Não posso me contar em palavras, o que eu sou não cabe nestas linhas. Mas aviso: se coubesse, não seriam tão bonitas. Porque eu sou, todos nós somos, mais do que o riso; somos o rasgo que trazemos dentro do peito, com todas as dores e cicatrizes que ainda latejam, ainda sangram. Eu sou - também - aquilo que não mostro, mas possuo. Dentro de mim há luz, mas também fica escuro... e essa escuridão não sai numa fotografia, não dá pra ver.

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