Tempo

Ontem teve festa de criança na família, aniversário de 1 aninho do meu primo mais novo. E claro que tinham outros primos também, um deles inclusive, fez aniversário semana passada. Eu não lembrava quantos anos, confesso, e perguntei. A resposta me veio como uma flechada de surpresa: "10 anos." E ele ainda fez questão de enfatizar (com orgulho) que isso o colocava diretamente na categoria dos pré-adolescentes. Oi?

Como assim aquele menininho que tinha 6 anos até outro dia ( acho que parei de contar a idade dele nessa aí ) agora é um pré-adolescente?. Eu me lembro da mãe dele com uma barriga enorme, tomando água de coco para melhorar os enjoos e tricotando sapatinhos no sofá. Lembro dele sendo amamentado e agora ele tem quase a minha altura. Caramba, dez anos se passaram... dez anos voaram, isso sim!

Dá até um nó na garganta, um frio na barriga, um desespero psicológico, pensar que a gente ouve o tempo todo que o tempo passa rápido, mas ainda se surpreende quando tem essa verdade atirada na cara assim, de forma simples e natural, como o crescimento de um ser humano.

Uma das questões que ficam é: Quanto eu cresci  nesses anos? Meu primo cresceu vários centímetros, aprendeu a escolher os próprios sapatos, lutar Krav Maga e dominar a tecnologia muitas vezes melhor do que eu. Eu, aprendi que depois dos 17 fica difícil aumentar a altura e os seios, que relacionamentos humanos são muito mais complicados que escolher sapatos, que a melhor luta que você pode aprender é a interna e que a tecnologia pode ser uma benção ou uma maldição. Como várias coisas na sua vida, depende das suas escolhas.

Depois de um tempo perguntei ao meu avô como era ter a idade dele (63 anos). A resposta foi: "É como não ter. Nem vi passar." É isso, você não percebe, um dia você acorda e as coisas que levaram anos mudando gradativamente parecem ter mudado da noite pro dia, apocalipticamente. Como se você não registrasse o processo, apenas o resultado final.

Eu sou ansiosa, por isso já pensei que daqui duas piscadas de olhos estarei nos trinta e isso me assusta. Mas, também me motiva. Então acho que uma das minhas conclusões é a seguinte: A gente tem que se concentrar no presente, no processo, nas escolhas e ações de hoje. Assim, quem sabe, quando chegar o dia de examinar as consequências que tivemos, a gente se surpreenda pro bem, tendo a certeza de que fez o melhor que podia fazer, então tem o melhor que poderia ter.



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