Sobre feridas e ciclos

Doem mais aquelas feridas que mesmo abertas não ficam expostas. Aquelas que ficam dentro da gente. Essas nós não podemos lavar com água e sabão e depois passar Merthiolate. Essas nós lavamos com lágrimas. E o mesmo sal que nos arde nos purifica. Porque curar dói, cansa. É um processo, mesmo que às vezes pareça um milagre.

Em uma noite de insônia você olha de longe e se vê aos cacos no chão, largado em um caminho qualquer que você não consegue distinguir pela falta de luz. Todas as luminárias do mundo só servem para que você consiga ler a letra daquela música de fossa que está tocando no modo "repete" há mais de 1 hora; não combatem as trevas dentro de você. Parece até estar dormindo...pra vida.

Então um dia você acorda e magicamente parece encontrar o buraco que te leva ao Pais das Maravilhas. Espera aí, não tem nada de mágico, é só o mundo se revelando de novo perante os seus olhos em mais um glorioso dia ensolarado onde você ainda é capaz de sorrir e respirar. Mágico mesmo é esse ciclo que a gente inicia e encerra, mas parece nunca terminar.

{Imagem: Reprodução}

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